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Há nove anos, fui convidada para o Projeto Draft sobre a minha experiência com a depressão e ansiedade. Eu ainda não sabia sobre ser autista. Muitas pessoas vieram até mim por meio desse texto e indagavam como eu "superei" a depressão e a vontade de morrer. Eu sempre disse que fazia tratamento com psiquiatra e terapia. Sem isso, certamente, estaria morta ou louca de verdade.
No entanto, depois do primeiro flashback de trauma vivido no ano passado, entendi o papel fundamental que escrever trouxe. Grande parte das histórias que escrevi vinha de sonhos. Eram histórias com começo, meio e fim.
Dei-me conta de que dar um contexto aos sonhos fez com que eu pudesse processar os traumas. De acordo com Jung, o inconsciente apresenta as imagens para que possamos encontrar as pistas para reunir nossos pedaços quebrados e sem esperanças.
O sonho permite que haja resignificação. Isso não quer dizer que é fácil. Nunca é olhar para os confins dos oceanos. Só fazemos isso quando a alma se sente preparada para encarar o monstro interno. Dessa forma, eu posso dar uma resposta mais completa (que levou cerca de 9 anos para eu encontrar) e distinta.
Aos que me conheceram pelo texto, peço minhas sinceras desculpas por levar tanto tempo. Logo, o que posso dizer é a arte liberta.
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