Tive a linda oportunidade de entrevistar Consuelo Blocker, digital influencer e uma mulher com uma energia suave. Há muitas palavras para defini-la, mas certeza que gentileza é uma que a faz especial.
Acho que nunca tive a oportunidade de conversar com alguém que fosse filho de imigrante antes, de poder saber como a guerra e as mudanças da família influenciaram.
Consuelo me deu respostas que me farão pensar pelo resto da vida. Ela é uma daquelas pessoas que você tem vontade de conversar por horas de tanta sabedoria que ela tem para passar! Além disso, certeza que é também uma dessas pessoas que guardamos em potinhos! Sem mais delongas, segue a entrevista:
Nana Calimeris - Como foi para você escrever o livro, pois, percebi que você e a sua irmã se reencontraram na história da avó de vocês?
Consuelo Blocker - Foi muito emocionante. A gente conhecia já bem a minha avó e o livro foi muito escrito por minha irmã. Eu escrevi a minha parte e ela escreveu... Pegou os diários da minha avó, fotografou cada página, aumentou, traduziu. Aí, ela leu, traduziu e colocou em forma romanceada no livro. Tinha muitos detalhes no livro que a gente acabou aprendendo e, mais que tudo, a gente conheceu a história como um todo e entendeu a força que ela tem e que ela era uma feminista antes mesmo que existisse esse termo. Talvez, por isso, a gente teve tanto respeito por ser mulher e a gente acha que pode fazer tudo, sabe? A gente nunca sentiu que por ser mulher, a gente podia menos.
Nana Calimeris - Eu ia fazer exatamente essa pergunta. Como esse mergulho no passado permiti que vocês se redescobrissem como mulher, seguissem como mulheres fortes?
Consuelo Blocker - Então, é uma coisa que você nemse questiona quando você tem exemplos assim em casa, entende? Porque a gente diz assim – Bom, se ela passou... Quando a gente tem um problema, se ela superou os problemas dela em um outro continente em que ela não falava a lingua, imagina esse meu probleminha aqui. Eu vou pra frente. Então, quando você tem exemplos assim, você sempre acha que seu problema é superável
Nana Calimeris - Entendi.
Consuelo Blocker - Então, te dá força e quando você supera um problema, você sempre acha que pode superar outro porque vai te dando força e você vai aprendendo.
Nana Calimeris - Ser parente de imigrante influenciou a sua personalidade de alguma forma?
Consuelo Blocker - Sem dúvida! Mais porque eu conheço mais de uma cultura, quanto mais culturas você conhece, melhor você entende cada pessoa, porque você entende, porque, às vezes, você entende a razão de certos comportamentos, você se coloca dentro de uma situação. Então, você sabe como conversar, como lidar melhor com aquela pessoa ou situação.
Nana Calimeris - A questão da guerra que sua avó vivenciou influenciou de alguma forma em vocês?
Consuelo Blocker - Eu acho que o que ensinou a guerra para minha avó e passou, portanto, para a gente, é justamente que você é uma pessoa que faz o melhor de cada situação porque a situação pode mudar de um momento para outro e você tem só um certo controle quanto a isso e você tem que, então, você tem que aprender justamente a estar pronta para qualquer evento. Como você faz isso? Se preparando do melhor jeito possível; estudando, se informando, sendo uma cidadã do mundo.
Nana Calimeris - E a última pergunta que tenho para você é: o que você dá de dica para quem quer ser digital influencer?
Consuelo Blocker - Eu acho que a primeira coisa é você tem que encontrar seu nicho hoje em dia porque é um mercado bem saturado. Então, para você não ser afogada por alguém que já tem anos na frente de você é encontrar algo que você conhece muito bem e que é único a você. Não sei o que pode ser. Pode ser que você tenha um olho de cada cor. Não sei. Estou falando uma coisa louca. No meu caso, por exemplo, é... Tá bom que eu comecei lá atras, mas é ser uma influencer mais velha. Então, eu toda essa bagagem no meu cinto.
Então, você tem que encontrar seu diferencial e, se você quiser ser digital influencer como trabalho, encarar como trabalho. Entao, tem que trabalhar vinte e quatro horas nisso. Não é hobbies. Se é hobbie é hobbie, tudo bem. Isso também é válido, mas você tem que decidir o que você quer. Se é para trabalho, encontra seu diferencial e faça como se fosse um trabalho estar sempre procurando as oportunidades.
Nana Calimeris - Tá certo. Muito obrigada.
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Selfie feita por Consuelo |
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